ESPECIAL: Jogadores que fizeram história no Corintians/Asiba: Eduardo Chagas (Edição #2)
8 de outubro de 2020Ex-armador e capitão em todas categorias que disputou, Eduardo disputou doze vezes o Campeonato Estadual pelo time alviverde
O Corintians/Asiba é um dos clubes mais importantes da história do basquetebol gaúcho. Respeitado pelos rivais e apontado como um dos principais centros formadores de atletas, o clube alviverde foi o responsável por Santa Maria viver os seus tempos áureos da modalidade, elevando o nome do município ao topo do estado e também no cenário nacional, e por manter viva a paixão e tradicional da bola laranja.
Em 88 anos de existência foram muitos títulos, conquistas e feitos relevantes, marcas significativas alcançadas e claro, ídolos e figuras marcantes que estão eternizados nesta trajetória de ruma para um século. E assim como qualquer grande clube toda esta história e biografia foi forjada por alterosos atletas, treinadores, diretores e profissionais que passaram pelo Ginásio Saul José Machline seja dentro e fora da quadra.
Eternamente gratos à aqueles que vestiram a camisa alviverde com lealdade, o Corintians/Asiba junto com o EsporteSUL preparou mais uma série de reportagens para relembrar e principalmente enaltecer parte desses nomes que tanto contribuíram e ainda contribuem para este nobre e pujante enredo da equipe corintiana.
É o caso de Eduardo Chagas, hoje com 40 anos, engenheiro civil e ex-atleta alviverde por exatos quinze anos, com quem conversamos para saudar e relembrar esta vida dedicada ao clube santa-mariense.
Influenciado pelo seu irmão mais velho, Gustavo, que também atuou no clube no início dos anos 80, Eduardo pisou na quadra alviverde pela primeira vez em 1987, com apenas 6 anos e, como ele mesmo descreveu “não tinha nem força para fazer a bola chegar ao aro”. Mas se não tinha a força necessária na época sobrava em Eduardo dedicação, empenho e vontade de aprender aquele esporte.
Neste ensino o armador teve como professores nada mais nada menos do que os técnicos históricos Flavio “Wella”, Alexandre “Rato” e mais tarde Ricardo Leal, o “Catila”, responsáveis por lapidar o seu talento e de mais uma geração inteira que viria a marcar época e fazer histórias no basquete santa-mariense e gaúcho nos anos seguintes.
Até os 21 anos, idade em que deixou o Corintians para se dedicar a faculdade, Eduardo Chagas disputou doze vezes o Campeonato Estadual, tendo ficado apenas uma temporada afastado por uma lesão no pulso. E claro, tantos anos de dedicação também renderam títulos e marcas significativas, como por exemplo 1993 quando foi campeão gaúcho com o time mirim corintiano e eleito um dos melhores do estado do ano.
Ainda torcedor fervoroso do clube alviverde, Eduardo deseja agora deixar todas estas histórias e paixão aos seus dois filhos pequenos:
– Quero muito que eles tenham a sorte que eu tive de vivenciar o clube e o basquete. – revela o ex-armador e ex-capitão corintiano.
Confira abaixo alguns dos principais trechos da conversa com o ex-ala Eduardo Chagas:
– MOMENTOS MARCANTES NO CORINTIANS
“O principal momento nesses anos de clube sem dúvida foi o título estadual de 93. Ainda lembro cada detalhe daquele campeonato. O time, comandado pelo “Rato” era tão bom que os cinco titulares foram eleitos os melhores do estado na sua posição, recebendo um diploma da Federação Gaúcha de Basquete. Além deste tivemos o Estadual Adulto que jogamos em 2000. Um time muito forte que só não teve sucesso maior em termos de resultado final porque o elenco sofreu algumas baixas durante o campeonato. Mas aquele time formado pelo Catila, ao meu ver, foi o elenco mais forte já montado no Corintians em toda a história do clube.”
– O QUE CORINTIANS REPRESENTA NA SUA VIDA?
“O Corintians representou na minha vida muito mais do que eu poderia imaginar quando iniciei aos 6 anos. Durante quase 15 anos foi com certeza a minha segunda casa, o lugar que eu mais ficava. Como sempre jogava em categorias diferentes, a minha e uma acima, tinham dias que o intervalo entre os treinos de cada uma eram grandes, quase a tarde inteira, e mesmo assim eu ficava no clube. Ali eu me sentia bem. Além disso o clube e o basquete me deram amizades que tenho até hoje e que foram e são muito importantes na minha vida.”
– O QUANTO ATUAR NO CORINTIANS E O BASQUETE INFLUENCIARAM NA VIDA?
“O basquete e o Corintians influenciaram demais na minha vida. Até hoje. Como disse antes, as minhas fortes amizades são praticamente todas originadas no Corintians e no basquete. Tive a grande sorte de dividir essa época com pessoas fantásticas que posso chamar de amigos da vida toda. Esse é o principal legado. Além disso, o que eu aprendi durante os anos de treinos e jogos levei para a minha vida pessoal. Aprendi a ter disciplina, raça, companheirismo e outras coisas que complementaram a criação que tive da minha família e me fizeram ser a pessoa feliz que sou hoje. No clube, dois caras importantes que me ensinaram e serviram de exemplo, o “Rato”, meu técnico dos 12 até os 18 anos que me faltariam palavras pra agradecer a influência que ele teve na minha vida, inclusive o número 4 que sempre usei na camiseta era por causa dele (risos), e o outro o “Catila”, meu técnico a partir dos 18 e que se tornou um cara que eu admiro muito até hoje e me deu muito exemplo bom. Tenho a honra de hoje ter eles como amigos pessoais e torço muito para os dois em cada atividade deles.”
– RECADO PARA O ATUAL ELENCO DE ATLETAS, COMISSÃO TÉCNICA E DIRETORES DO CORINTIANS/ASIBA
“Para a gurizada de hoje em dia, eu diria para viverem intensamente essa fase da vida. Aproveitem ao máximo cada treino com o time, cada jogo, cada viagem, porque eu posso garantir que essa fase da vida vai ficar marcada na memória de vocês. Nós todos, atletas e ex-atletas, somos privilegiados por ter a chance de fazer parte disso um dia. Vou estar na torcida ali sempre, cada ano, sempre torcendo e ajudando no que puder esse clube. E ansioso para que meu filho Benício, hoje com 6 meses, cresça e possa ingressar logo nesse ambiente sensacional que é o basquete e o Corintians.”